Poema: Minha Cor
Autora: Ágatha Julie
Minha Cor
Tenho sangue de guerreira
Minha cor é meu pendão
Negra mulher Brasileira
Iemanjá, meu irreverente coração
Na Bahia, no sertão
Meu povo incessantemente gemeu
A cultura, ciranda de geração
Em mim, meu país recebeu
Povo guerreiro e acolhedor
No quilombo dos palmares
De lá, ganhastes o mundo.
E alcançastes vários lugares
Muitos grandes passaram
Para nossa libertação
Sementes aqui deixaram
Para a alforria da nação
Somos filhos desta terra
Hoje o negro tem valor
Não precisa mais de guerra
Admiro a minha cor
Mais o preconceito é forte
Existe gigante opressor
Do negro que trabalha explorado
Simplesmente por causa da cor.
Oxalá iemanjá
Tragam as bênçãos dos orixás
Na religião, no som vibrante do berimbau.
Da cultura Brasileira jamais sairás
Minha cor é a consciência
De um povo que quer ser respeitado
Não somente no esporte
Quero levar meu recado
Estamos em todo lugar
Miscelânea de culturas
Construímos sem parar
Cada vez com mais bravuras
Somos todos heróis
De uma cultura envolvente
Que ainda hoje constrói
A conquista de um mundo descente
Minha cor é Brasileira
É a cor desta nação
Não tenho vergonha de assumir
Sou negra de corpo e coração.
